quarta-feira, 29 de abril de 2009

Movimentos sociais manifestam apoio ao governo do Pará



Da Redação
Agência Pará

Cinquenta entidades da sociedade civil organizada manifestaram apoio à política fundiária implementada pelo governo estadual e repúdio ao pedido de intervenção federal no Pará

Cerca de mil populares se reuniram em ato em frente à Assembléia Legislativa do Pará (Alepa), nesta quarta-feira (29). Com faixas, carro som, impressos e alegorias para sensibilizar parlamentares e transeuntes, cinquenta entidades da sociedade civil organizada manifestaram apoio à política fundiária implementada pelo governo estadual e repúdio ao pedido de intervenção federal no Pará, feito pela presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO). O ato repercutiu mais uma vez dentro do plenário.

O líder do governo na Casa, deputado Airton Faleiro, e a líder do PT, Regina Barata, desafiaram a senadora a voltar hoje ao estado, como prometeu semana passada, e enfrentar a indignação do povo paraense e a união dos três poderes. Airton destacou: "Os três poderes neste estado assinaram declaração pública [no último dia 26], reafirmando que não há descontrole no Pará; há, sim, atuação efetiva para impedir excessos de todos os lados. Hoje, os movimentos sociais vêm aqui protestar contra o esforço da senadora para denegrir a imagem do Pará. Não há mais ambiente político para os interesses da senadora".

A nota distribuída pelos manifestantes e intitulada "Movimentos sociais repudiam pedido de intervenção no Pará - Estado democrático de direito incomoda latifundiários e grileiros de terra no Pará" é assinada por organizações como CNBB, Caritas, Fetagri, Fetraf, Sindicato dos Bancários e Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil. Em um dos trechos do documento, reconhecem: "o Governo tem tido uma atitude responsável, não apenas cumprindo o que determina a Lei, mas tratando com inteligência e humanidade àqueles que deixam os locais de reintegrações, muitas vezes, alocando-os em outros locais, dando-lhes as condições mínimas de recomeço".

Para as entidades, a nova prática de atuação do governo, "tem preocupado proprietários de terras envolvidos com grilagem, apropriação ilegal de terras públicas, trabalho escravo, desmatamento ilegal e a prática da violência no campo. Não somos e nunca seremos depositários de uma política de relações com os movimentos do campo e da cidade cujo resultado histórico, no passado, proporcionou a morte de homens e mulheres, como o caso de Eldorado do Carajás. Isso nós não teremos nunca mais. Neste sentido, as organizações abaixo-assinadas repudiam veementemente o pedido protocolado pela senadora Kátia Abreu, enquanto presidente da Confederação Nacional de Agricultura de intervenção federal no Estado do Pará".

Representante da Federação de Trabalhadores da Agricultura (Fetagri), Carlos Augusto Santos Silva lembrou que a entidade "tem 40 anos atuando no Pará, reunindo 142 sindicatos de trabalhadores rurais e, por isso, não podia ficar calada numa manifestação contra a intromissão da senadora Kátia Abreu e da CNA no Pará. Temos na pauta de nossas prioridades a reforma agrária, a política agrária, o combate à violência no campo e à grilagem de terras, então não podemos ficar calados para os interesses mais atrasados deste país, que deixaram um grave passivo de políticas sociais para o povo e querem retroceder nos avanços que conquistamos neste governo".

Carlos Augusto adiantou que, junto com o Instituto de Terras do Pará (Iterpa), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Ministério Público Federal, a Fetagri dará divulgação a um mapa de grilagem de terras no estado. O pedido de intervenção federal protocolado pela presidente da CNA na Procuradoria Geral da República pretende pressionar por reintegrações de posse no Pará, que, no entanto, vêm sendo realizadas desde 2007, de forma pacífica. O governo do PSDB, aliado do partido da senadora Kátia Abreu, entregou a atual gestão no Pará um passivo de 173 mandados de reintegrações de posse. Atualmente, faltam 63 para ser cumpridos.

No último dia 23, a deputada Regina Barata apresentou requerimento à PGR solicitando indeferimento do pedido de intervenção e contou com a assinatura de toda a bancada do PT. Na ocasião, a líder do partido no Palácio da Cabanagem ressaltou que o estado representado por Kátia Abreu, o Tocantins, possui 16 pedidos de intervenção federal já admitidos pelo Supremo Tribunal Federal.

Texto: Érika Morhy - Casa Civil da Governadoria

quarta-feira, 22 de abril de 2009

22 de Abril...


Em 22 de Abril de 1500 Pedro Álvares Cabral batia cá nas praias baianas. Se foi achamento ou descobrimento, conquista ou invasão, por acaso ou intencionalmente, não pretendo discutir, deixemos para aula de História do Brasil I. O certo é que há quinhentos e nove anos começava uma história de exploração e massacre dos povos originais e os trazidos do continente do outro lado do Atlântico. É certo também que há quinhentos e nove anos começava para esses povos uma longa história de resistência.

Em 22 de Abril de 1998 o descendente direto dos mesmos senhores aos quais esses povos resistiam (e resistem) enterra seu filho no cemitério do Campo Santo. Dizem que nesse dia começava a definhar física e politicamente Antônio Carlos Magalhães, o que revelou ser grande vitória dos resistentes, tanto é que nove anos mais tarde beberíamos a morte do próprio.

Em 22 de Abril de 2002 há meio quilometro do mesmo cemitério, na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas alguns calouros do curso de história, identificados com a história de luta daqueles e daquelas que resistiram à todos os senhores - seja os que desembarcam em praias baianas seja os que se enterram em campos santos – tomam atitude para reconstruir o movimento estudantil do curso. Nasce daí o Atitude e Resistência, junto com ele o Centro Acadêmico de História Luiza Mahin.

7 anos.

Com muita luta, atitude e resistência!

Parabéns à Anne, Carol Copque, Manu, , Itororó, Lorenzo, Paulo Roberto, Rafael Pedral, Tuk, Emily, Andréa, Caio, Carol, Dudu, Ediana, Elisa, Igor Costa, Ipirá, Kleydiane, Michael, Rafael Lins, Igor Almeida, Obede, Gabriel, Leonardo, Júlio, Vítor, Alex, Aline, Daniel, Denise, Flávia, Jan, Lacerda, Milena, Pedro, Wesley.

Parabéns a todos e todas que constroem e construíram a luta, fizeram e fazem a história!
ATITUDE & RESISTÊNCIA - 7 ANOS CONSTRUINDO A LUTA, FAZENDO A HISTÓRIA!

domingo, 12 de abril de 2009

Esquerda



Temos razão, a razão que assiste a quem propõe que se construa um mundo melhor antes que seja demasiado tarde, porém, ou não sabemos transmitir às pessoas o que é substantivo nas nossas ideias, ou chocamos com um muro de desconfianças, de preconceitos ideológicos ou de classe que, se não conseguem paralisar-nos completamente, acabam, no pior dos casos, por suscitar em muitos de nós dúvidas, perplexidades, essas sim paralisadoras. Se o mundo alguma vez conseguir ser melhor, só o terá sido por nós e connosco. Sejamos mais conscientes e orgulhemo-nos do nosso papel na História. Há casos em que a humildade não é boa conselheira. Que se pronuncie bem alto a palavra Esquerda. Para que se ouça e para que conste.

Escrevi estas reflexões para um folheto eleitoral de Esquerda Unida de Euzkadi, mas escrevi-as pensando também na esquerda do meu país, na esquerda em geral. Que, apesar do que está passando no mundo, continua sem levantar a cabeça. Como se não tivesse razão.

José Saramago

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Revirando notícias velhas achei uma etrevista com Dalmo Dallari, um jurista que defendeu a demarcação contínua da Raposa Serra do Sol.

A decisão já saiu, os índios já comemoraram, mas vale continuar a pensar. E reparem como em cada resposta ele destrói brilhantemente pelo menos um argumento picareta.

Essa área de 1,7 milhão de hectares é realmente necessária para os 19 mil índios?
-
Há muita encenação em torno dessas áreas. Há, na verdade, um faz-de-conta para dar a impressão de que há muita terra para pouco índio, mas daí eu volto ao meu argumento: há muita mansão para pouco branco. Então vamos dividir as mansões dos brancos.



sábado, 4 de abril de 2009

Marx...


“Em um sistema de produção onde toda a continuidade do processo de reprodução depende do crédito, quando este acaba subitamente e somente transações com dinheiro passam a ser aceitas, é inevitável que ocorra uma crise, uma tremenda demanda por meios de pagamento. É por isso que, à primeira vista, a crise inteira parece ser somente uma crise de crédito e de moeda. E de fato trata-se apenas da conversibilidade de letras de câmbio em dinheiro. No entanto, a maioria destes papéis representam compras e vendas reais, cuja extensão – para muito além das necessidades da sociedade – é, afinal, a base de toda a crise. Ao mesmo tempo, há uma quantidade enorme destas letras de câmbio que representam mera especulação, que agora revela sua face e colapsa; especulação fracassada com o capital de outras pessoas, com o capital-mercadoria depreciado ou invendável, ou com ganhos que nunca mais poderão ser realizados. Todo esse sistema artificial de expansão forçada do processo de reprodução evidentemente não pode ser resolvido com um banco, por exemplo, o Banco da Inglaterra, entregando a todos esses especuladores o capital que lhes falta através de seus títulos, comprando mercadorias depreciadas a seus antigos valores nominais. Aliás, é nesse momento que tudo começa a parecer distorcido, já que nesse mundo de papel, o preço real e seus fatores reais desaparecem, deixando visível somente metais, moedas, cédulas, letras de câmbio e títulos.”

Karl Marx, O Capital, vol. 3, cap. XXX.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Governo divulgará na internet arquivos da ditadura militar, diz Dilma Publicado quinta-feira, 2 abril, 2009




A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, afirmou nesta quarta-feira (1º) que o governo irá disponibilizar por meio de um portal na internet todos os arquivos do período da ditadura militar. O portal deve ser lançado ainda neste mês, quando o governo pretende encaminhar também um projeto regulamentando o acesso a informações públicas. A ministra participou na Câmara dos Deputados de um seminário sobre o tema.

O portal anunciado pela ministra irá disponibilizar aos internautas todo o conteúdo do Arquivo Nacional, além de material dos Departamentos de Ordem Política e Social (Dops) dos estados. O nome do portal será “Memórias Reveladas”, segundo Dilma.

“No portal Memórias Reveladas teremos digitalizados todos os documento em poder do Arquivo Nacional e dos estados. Será colocado principalmente o período de 1964 até 1982 [ditadura militar]”, afirmou a ministra.

O projeto de lei que será encaminhado irá determinar que informações serão protegidas sobre sigilo a partir de agora. Dilma adiantou que nenhum dado relativo a violação de direitos humanos será protegido e que a intenção é manter sigiloso apenas documentos relativos à vida privada dos cidadãos. Os funcionários públicos serão punidos se não cumprirem a nova lei de acesso.

Em paralelo, o governo trabalha uma proposta ainda para que as pessoas que possuem documentos, sobretudo da época da ditadura militar, entreguem estes arquivos ao governo. Será garantido o anonimato de quem entregar documentos.

Eduardo Bresciani
retirado de http://www.informacaopublica.org.br/?q=node/553