sexta-feira, 21 de março de 2008

Por isso o negro lutou!


Um 20 de novembro às escuras...

A universidade brasileira tem se constituído historicamente como um espaço de formação de uma elite branca. Desde a sua concepção espistemiológica; lócus da construção de um conhecimento eurocêntrico, racista, que não reconhece as contribuições da matriz africana como formadora da sociedade. A Universidade tem tentado se recriar para não mudar.

A luta de negros e negras pelo acesso a Universidade é a luta de negros e negras pela transformação da sociedade. A aprovação do programa de ações afirmativas na UFBA de 2004 é o exemplo da orça política que a comunidade negra trem dentro e fora da sociedade. Enfrentando a resistência de diversos setores, inclusive no movimento estudantil, a força negra convenceu a universidade da urgência da democratização do acesso. Hoje passados três anos exigimos o aprofundamento do programa aprovado em 2004 conseguimos garantir o acesso através do sistema de cotas, precisamos retomar o programa e incidir em suas outras problemáticas: a preparação, a permanência e a pós-permanência.


A Universidade Federal da Bahia deve estender as ações afirmativas também a pós-graduação. O aceso a produção de conhecimento continua restrito a uma população branca que ocupa os mestrados e doutorados contra menos de 1% de negros/as. A Universidade deve instrumentalizar a população negra que tem acesso a graduação como garantia de transformação do conhecimento e democratização do acesso também aos espaços de poder de fora da Universidade.

A contratação de docentes e servidores na Universidade deve levar em conta a composição racial da nossa sociedade.

Devemos exigir da Universidade a criação de uma pró-reitoria que garanta o aprofundamento das políticas afirmativas na universidade – desvinculado da pró-reitoria de assistência estudantil: ações afirmativas é mais do que a permanência do estudante na Universidade!

Barrar a reestruturação proposta na UFBA deve ser uma tarefa imediata a nova proposta de universidade ataca diretamente a população negra no acesso ao conhecimento profissional a formação em duas etapas segregará mais uma vez o acesso ao conhecimento. A universidade não oferece igualdade de oportunidades durante a graduação: não só se tratarmos de assistência estudantil. Levemos em conta a afetação que o racismo já produz, em suas formas individual, material ou institucional e reserva lugar de privilégio, material ou simbólico, aos grupos raciais dominantes. Essa reformulação de acesso não garantirá a equação da oportunidade a população negra. Além disso, a expansão das vagas sem a expansão e democratização da pesquisa reduzirá a inda mais a participação de negros e negras.

Neste dia 20 de novembro, data simbólica da luta pela emancipação do povo negro, lutadores e lutadoras de dentro e fora da universidade, são conclamados a pensar na UFBA mais negra!

“Todos os dias são dias de consciência negra”


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