terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Balanço da Gestão 2007-2008

Um ano se passa...e estamos no mesmo lugar!



Nos próximos dias, o curso de História atravessará mais um processo eleitoral. Novamente, diferentes projetos e propostas serão postos em debate. Em 2007, a chapa Voz Ativa venceu as eleições e dirigiu o Centro Acadêmico até esse ano. Para nós, é hora do acerto de contas, da crítica; necessário agora fazer um balanço do movimento estudantil de história, só assim não transformaremos em regra, os erros cometidos pela atual gestão. Tempos ruins, são a melhor hora para reflexão.

Quando fizemos parte do C. A., até 2007, temos certeza que contribuímos muito para o movimento estudantil de São Lázaro, no entanto, também enfrentamos problemas e acumulamos muito desgaste. Através da crítica da nossa atuação, o "Voz Ativa" ganhou a eleição, prometendo democracia na entidade e independência política. Na nossa opinião, a última gestão do C.A foi incapaz de cumprir o que propôs, na verdade, o que vimos foi uma gestão apagada, distante, incapaz de representar os estudantes.

Percebemos dois problemas principais, o primeiro é do ponto de vista organizativo. Poucos imaginariam que a política de comunicação do C.A fosse tão falha. Não vimos sequer um jornal Artesanal; o Circuladô, antes de edição semanal, foi visto pouquíssimas vezes pelo pátio da faculdade; as passagens em sala foram pouquíssimas, nesse semestre, quase nenhuma. O debate setorial (LGBT, reparação racial, mulheres) que tanto avançamos em nossas gestões ficou absolutamente parado, se restringindo a um mural que poucos leram.

E a nossa faculdade? São Lázaro continua a nos oferecer péssimas condições de estudo, vimos o fórum de DA's e CA's - principal espaço de organização dos estudantes da FFCH - se desarticular completamente e se tornar ainda mais estranho aos estudantes. A biblioteca voltou encerrar expediente ás 14h, quando antes fechava às 16h; o preço do restaurante aumentou novamente; e o plano de segurança da faculdade tem sido implementado sem que seja discutido com a comunidade universitária.

Mas temos aqui muito mais de que um problema de gestão, na raiz de tudo, há um erro de concepção, portanto, político. Democratizar a entidade é muito mais do que tomar decisões em assembléia, uma gestão tem de ter opinião, ter cara própria, tem de expor aquilo que pensa mesmo que surjam divergências; mas é preciso estimular o debate, não é o que vimos no último período. Ao contrário, vimos uma gestão sem projeto e anti-democrática, onde estavam as decisões tiradas em assembléia? O curso foi consultado sobre o ENADE? O que o Centro Acadêmico votou nos conselhos de entidades de base? Estatutariamente o C.A. deve ter reuniões ordinárias, quantas vezes o C.A. se reuniu nesse ano? Três ou quatro. E o episódio das eleições para representantes estudantis? O Centro Acadêmico lançou carta apoiando alguns estudantes, e preterindo outros, exemplo de aparelhamento.

Todos sabem que o PSTU fez parte da última gestão, sabem também das divergências históricas que temos com eles. Mas será o PSTU o culpado por todos os erros da gestão "Voz Ativa"? Não. O pecado original foi a forma despolitizada com que a chapa foi construída e se legitimou perante os estudantes; a mesma facilidade encontrada para criticar gestões passadas não se viu para construir algo propositivo para o curso; conduzir uma gestão de Centro Acadêmico é mais difícil do que parece, e é preciso muito mais do que boa vontade para fazer movimento estudantil. Só isso explica a fragmentação do grupo. De certo, que o PSTU muitas vezes tentou implementar sua política sem a devida consulta aos estudantes, mas todos que participaram do “Voz Ativa” são igualmente responsáveis pelos seus erros. Se o PSTU errou é porque deixaram ele errar, a indiferença, na política como na vida, é o mesmo que cumplicidade.

Em 2007, muitos acreditaram que ser mais ou menos "independente", garantiria uma gestão democrática, não foi isso que aconteceu. Na verdade, se tiramos uma lição disso é que não vamos resolver os problemas do movimento estudantil com saídas fáceis. O que precisamos é rediscutir a fundo nossos métodos, precisamos aguçar nosso espírito crítico e ter capacidade de entender que soluções reais não caem do céu, ou brotam da terra; mas sim, com planejamento e auto-crítica.

Bem vindas(os) ao debate.

Atitude e Resistência é... Emily Laurentino (2006); Marcelo Tuk, Rafael Pedral, Rodrigo Itororó, Filipe Lorenzo (2007); Eliane Gonzaga “Ane”, Alan Passos, Ana Raquel Cerqueira, Emanuela Santos, Darlan Gomes, Breno Ferreira, Caroline Copque (2008); Igor Costa, Caio Fernandes, Carolina Mendonça, Adalbério Ipirá,Eduardo Ribeiro, Ediana Mendes, Kleidiane Santiago (2005)

Esse é o primeiro dos textos da nossa campanha para a eleição do centro acadêmico de história Luiza Mahin - gestão 2008-2009. Aos poucos publicaremos todos os textos dessa campanha.

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