segunda-feira, 9 de março de 2009

Mulheres em Movimento Mudam o Mundo!


Para muitos o 8 de Março é uma data feita para a exaltação da “beleza feminina”; cheio de rosas, bombons e perfumes, numa belíssima festa onde capitalistas e machistas se apropriam de uma data de luta para vender e reafirmar o seu machismo.

A proposta de se criar um Dia Internacional da Mulher foi feita por Clara Zetkin, líder feminista do Partido Comunista Alemão, no II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, em 1910. Em meio a uma época de intensas lutas operárias por melhores condições de trabalho, salários mais justos e redução da jornada de trabalho, era necessária a criação de um dia, um símbolo da luta contra as diferenças existentes entre homens e mulheres na sociedade: as diferenças salariais para o mesmo trabalho, os constantes assédios sexuais a que eram expostas as mulheres trabalhadoras, etc.

Muitos anos se passaram e hoje nós podemos votar, ocupar altos cargos e até conseguimos alcançar relativa liberdade sexual, mas isso não significa que as diferenças entre homens e mulheres não existam mais. Nós continuamos a receber salário inferior para executar a mesma função, somos maioria entre os desempregados, compomos o maior número de pessoas pobres entre os mais pobres. Estamos sujeitas a cumprir jornada tripla de trabalho – casa, filhos, emprego. Somos vítimas de violência sexista, física e psicológica; e a sociedade nos impõe padrões de beleza inatingíveis. O capitalismo mercantiliza o nosso corpo para estimular a venda de produtos.

No curso de história também podemos encontrar bons exemplos de machismo como, por exemplo, a total invisibilidade das mulheres na grande maioria dos textos e conteúdos estudados em nosso curso. Somos, no máximo, uma parte, às vezes somente um texto de um semestre inteiro que se dedica a falar da “Mulher na Idade Média”, como se fossemos um fato à parte da história.

O grupo “Atitude e Resistência” desde a sua fundação faz o debate feminista como prioridade na sua construção. Quando compusemos o Centro Acadêmico, organizamos sucessivas Semanas da Mulher e mini-cursos de formação na temática, além de sempre termos garantido este debate em outros eventos do C.A., como as Semanas de História, Consciência Negra e Orgulho LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transgêneros). Construímos junto com o DCE o I Encontro de Mulheres Estudantes da UFBA (I EME-UFBA) em 2007, participamos de oficinas nos Encontros de Mulheres do MST e sempre garantimos a presença da nossa entidade nas atividades do movimento feminista.

O grupo “Atitude e Resistência” saúda as mulheres do curso de história pelo dia de comemoração das nossas lutas!

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