terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Calouros e calouras de 2009, bem vind@s à luta!


Pois é, aqui estamos após passarmos por um longo período que misturou o temor da recuperação, a conclusão do ensino médio, cursinho, noites em claro a base de guaraná em pó, café com coca-cola... matemática, química física, 1º fase, 2º fase... ansiedade, medo, nervosismo. Ufa!!! Finalmente uma nova turma se forma (quer dizer, duas novas turmas).

Agora é só driblar as simpáticas moças com suas tentadoras ofertas de cartão de crédito e pronto, você é o mais novo estudante da Universidade Federal da Bahia.

O melhor está por vir, você estudará em São Lázaro, a unidade que possui uma das piores estruturas da universidade, se bobear, a pior do país; mas esse ano veremos a inauguração do novo pavilhão de aulas, quem sabe não teremos mais o que reclamar! De qualquer forma, temos a vantagem de possuir a melhor vista da UFBA no famoso mirante; no mais, é só aguardar e se encantar com este lugar, onde, apesar das dificuldades, você encontrará experiências incomparáveis!



A universidade que te espera...

Este ano, a universidade passará por importantes transformações. Assim como todas as universidades federais do Brasil, a UFBA aderiu ao REUNI, programa do governo federal que pretende expandir e reestruturar a universidade. Com isso, só neste primeiro ano, entrarão mais de 2000 alunos a mais que ano passado, novos cursos foram ofertados, e cursos noturnos abertos, além da nova modalidade de “graduação não linear”: os bacharelados interdisciplinares (BIs).

Porém, a aprovação desse programa não foi feita sem intenso enfrentamento entre os setores organizados dentro da universidade: a falta de democracia e diálogo foram elementos marcantes nesse processo, a prisão do Diretor Geral do DCE foi só um exemplo de como o assunto foi tratado na UFBA.

Acontece que, apesar de o REUNI trazer avanços importantes para a universidade, como a expansão de vagas, e a criação de cursos noturnos, as lacunas na política de assistência estudantil eram gritantes, além da idéia da diplomação intermediária (representada pelos BIs) ser rechaçada por grande parte da comunidade universitária.

É inconcebível que os recursos vindos do REUNI sejam direcionados para um Centro de Idiomas, por exemplo, enquanto a UFBA continua sendo a única universidade federal do Brasil sem restaurante universitário (RU); que com o aumento do número de cursos noturnos, o plano de segurança, aprovado há mais de cinco anos, ainda não tenha sido implementado - somente após uma aluna ter sido violentada e de conseqüente mobilização estudantil o plano começou a ser implementado a passos de tartaruga; não é possível que com todos os recursos vindos do programa, a creche da UFBA tenha que ser fechada, isso quando o número de mães irá aumentar consideravelmente com a abertura dos novos cursos noturnos.

Se a implementação do REUNI traz avanços importantes, e atende pautas históricas do movimento estudantil, aqui na UFBA vemos ela aumentar também as demandas da universidade, já tão precária.

Mas o que nós podemos fazer diante de quadro tão caótico? Ora, o futuro da nossa universidade a partir daqui vai depender da atuação dos diversos setores organizados dentro e fora da universidade: organização, mobilização e muita luta é o que nos aguarda. Bem vindos ao debate, bem vindos à luta, bem vindos à Universidade Federal da Bahia.


A luta por uma universidade democrática e popular!!!

A universidade pública se constitui como um espaço social privilegiado. O desafio é transformar este espaço seleto numa ferramenta que impulsione mudanças sociais. Isso só será feito com muita luta, com a organização dos setores que constroem cotidianamente a UNIVERSIDADE PÚBLICA, mas também que constroem cotidianamente os MOVIMENTOS SOCIAIS.
Por isso a importância de participar, organizar, se envolver nas lutas construídas pelo movimento de MULHERES, movimento NEGRO, MST, movimento de DIVERSIDADE SEXUAL, movimento de luta pela moradia...
A universidade precisa ter a cara do povo! Refletir a diversidade que há na sociedade!



Um pouco do que somos...

Nosso grupo começou a ser construído em 2002. Naqueles tempos, não existia uma gestão organizada do Centro Acadêmico (C.A.), não existia estatuto do curso, e toda a cultura política de movimento estudantil aqui havia se perdido. Dessa forma, alguns calouros formaram uma chapa e conquistaram legitimidade para coordenar o C.A., pondo em prática um projeto de reconstrução do movimento estudantil do curso. Processo amadurecido nesses quase sete anos.

De lá pra cá, com a entrada de novos nomes, o grupo passou por intensa renovação, instituindo, assim, uma nova dinâmica na sua atuação.

Convivemos, hoje, com problemas antigos e novos, para resolvê-los é necessário relacionar tanto questões gerais quanto locais; usar nossa memória junto às experiências trazidas por novos colegas.

Não vivemos numa ilha, acreditamos que a universidade deve ser socialmente referenciada; deve servir para além dos seus muros, e que é fundamental nos articularmos com os movimentos sociais. Somente a partir daí, poderemos pensar na construção de uma outra sociedade. Que começa claro, com a mudança da nossa realidade.


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