quarta-feira, 30 de maio de 2007

Luta GLBT-2006

ATITUDE E RESISTÊNCIA E A LUTA GLBT

Desde a sua formação, no final de 2001, o grupo Atitude e Resistência definiu como bandeiras de luta o combate ao machismo, ao racismo e à homofobia. Entendemos que na sociedade existe uma opressão de classe, fruto do capitalismo, e opressões de raça, de gênero e de orientação sexual. Uma nova sociedade, constituída pelos valores da igualdade e do respeito à diversidade, passa necessariamente pelo entendimento que a luta dos GLBT deve estar ligada à luta das mulheres, das negras e dos negros e demais setores oprimidos.

Encarar o debate de GLBT dentro da universidade e do movimento estudantil é fundamental para a causa homossexual, porém é uma tarefa audaciosa e, por vezes, conflituosa. Primeiro porque a universidade é preconceituosa. Valores impregnados pela sociedade reproduzem-se dentro da academia e são reproduzidos por ela. Segundo porque o movimento estudantil ainda está aprendendo a lidar com a questão da homossexualidade ou da diversidade sexual, muitas vezes combatendo preconceitos arraigados e reproduzidos no passado.

Abraçar o debate de questão GLBT é sempre uma atitude louvável, partindo de que entidade/movimento/partido/ tendência que seja. No caso do grupo Atitude e Resistência, este debate permeou desde o princípio e nunca foi tratado como questão menor. Assim como em 2002 o jornal Artesanal Especial, com edição de 10 mil exemplares só sobre a questão racial foi articulado por este grupo, nossas intervenções no dia 28 de junho, com as Semanas e debates do Orgulho Gay, participações nas Paradas de Salvador, a articulação no ENUDS (Encontro Nacional Universitário de Diversidade Sexual), credenciam o Atitude e Resistência, no mínimo como figura friendly (amigável; com bons olhos; com coleguismo; amistoso) do movimento GLBT universitário e geral.

O que se deve destacar é o princípio que norteia o trabalho do grupo, qual seja, para nós a normalidade da expressão heterossexual é a mesmíssima da homo, trans ou bissexual. Logo a heteronormatividade deve ser denunciada e combatida. Foi o que aconteceu em 2004, quando este grupo, à frente do Centro Acadêmico Luiza Mahin, exibiu vídeos vencedores do Festival Mix Brasil (um dos maiores festivais de sexualidade do mundo), no pátio desta faculdade. Setores conservadores da academia (sim, eles existem e muitos!) condenaram as cenas “impróprias para um local público”. A solução: exibir os vídeos numa sala! O grupo não aceitou, com a convicção de que o pátio é um espaço público e que pode e deve ser ocupado pelos homossexuais. O vídeo foi repetido dois dias depois, NO PÁTIO, com ótima aceitação dos estudantes. Como conseqüência, em 2005, além dos debates, realizamos um “beijaço”, no pátio, ainda como forma de ocupação do espaço público. Em 2006 a Semana GLBT de São Lázaro foi articulada pelo grupo Atitude e Resistência, com um ótimo resultado participativo e qualitativo dos debates.

Pelo trabalho já realizado e pela forma como aborda a questão, o grupo Atitude e Resistência considera que a questão GLBT é de extrema relevância, e que cotidianamente devem ser articuladas alianças com os movimentos transformadores, com a luta sindical, com a luta estudantil, com a luta feminista, com a luta pela igualdade racial, com a luta socialista, com a luta por reformas democráticas e estruturais. Só assim poderemos verdadeiramente conquistar o poder transformador na sociedade, calcado nos valores do respeito, da igualdade e da diversidade.

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